- Ano: 2012
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Fotografias:Diana Quintela
Descrição enviada pela equipe de projeto. Para "CHRONOS", o tempo linear e cronológico opõe "KAIROS", um tempo indefinido e simbólico que não pode ser medido, exceto por sua qualidade. Este edifício coloca os dois, aparentemente irreconciliáveis, em diálogo. Desde os antigos períodos, edifícios aspiram a idéia do "eterno" através de uma espacialidade e materialidade capaz de resistir ao tempo. Os grandes templos e catedrais, completamente feitas de pedras naturais, continuam a coexistir com a contemporaneidade. Construções de concreto representam, sem dúvida, o legado da modernidade e recuperam bem esta idéia simbólica da eternidade.
Este confronto entre o temporário e o eterno é algo que vale a pena pesquisar através de uma visão geral das possibilidades que nosso tempo pode nos oferecer. Esta solução pré-fabricada é capaz de lidar simultaneamente com estes dois aspectos, pois nos permite trabalhar com o diálogo entre o material durável e resistente, com o tempo contínuo, através de uma construção modular e de fácil montagem e desmontagem.
KAIROS, criado por João Quintela e Tim Simon, aparece como um resultado de uma pesquisa espacialmente referenciada na história através do uso da matéria, a luz e o tempo. A matéria do concreto, a luz do Sol e o tempo construído pelos dois juntos. É uma investigação sobre as proporções e as relações entre a pequena escala do módulo isolado e a grande escala de todo o edifício em si em relação ao contexto.
O espaço é construído por um sistema construtivo muito fácil e primitivo de sobreposição e junta de peças, aproveitando-se de seu próprio peso, sem uso de cola ou parafusos. É um edifício de planta quadrada com um pátio interno. Assim, existe todo um perímetro que consiste em um caminho desenvolvido, tanto para o nível inferior quanto para o superior, gerando dois espaços semelhantes com ambientes completamente antagônicos. Uma é coberta e preta, enquanto o outro é externa e brilhante.
O pátio interno é definido pelo espelho d´agua criado interior da casa, que reflete o céu e duplica o espaço. Este se torna o elemento central, inacessível e contemplativo, capaz de congelar o tempo e construir um momento íntimo, um diálogo com o passado. Torna-se o espaço mais significativo e adquire simbolismo devido à sua impossível conquista.